Sobre o dia do nascimento da minha filha - a pequena Giovanna
No carro...
No rádio tocava a Ellie - Burn, acústica -. Nossa trilha do momento!
No céu, a noitinha já dobrava suas cobertas, também, pudera, as seis o sol costuma dar as caras em SP. No carro, ah... no carro, lá estávamos nós; eu, a princesa - minha digníssima esposa - e uma borboletinha: Giovanna, ainda no ventre - que insistia em ser linda, sem ainda ser vista... Insistia em ‘ficar’ em sua mãe mesmo já sendo tão... bem vinda.
No caminho eu conduzia a conversa, que insistia em começar com: ‘você lembra aquela vez que?...’
Isso parecia deixar a princesa mais calma a caminho do hospital. Enquanto um pouco de nossa história era derramada, uma borboletinha insistia em ‘chutar’, como que implorando atenção. Então, a poucos km do destino, entendemos que seria melhor se nossa conversa fosse dita com nossas mãos sobre a barriga da princesa, como que acobertando a borboletinha, que assim do nada insistia em somente... Observar!
No hospital...
Já no hospital, eu ainda não demonstrava nervosismo, não sei, talvez para não deixar a princesa mais nervosa. Orações compravam meu silêncio externo e quando fui convidado à sala do parto, - ainda cedo da manhã - meu coração se dividia em estar muito acelerado e quase não bater. A princesa, muito nervosa, fazia questão da minha companhia. Tudo era tão... parado e silencioso. Deixaram o ambiente ‘meia luz’, somente havia luz intensa sobre a barriga da princesa, que; nervosa elevava seus batimentos cardíacos e pressão arterial...
Então, quando a pequena borboletinha veio ao mundo, naquela sala os sentimentos eram confusos; de felicidade, euforia... - e se esbarravam uns nos outros -. A pequena borboletinha chorou, mas se calou pelo beijo da princesa... Eu derramei minha lágrima, mas parecia não compreender - ainda - a grandeza do momento. A princesa se dividia entre a emoção, a preocupação, o medo e a felicidade.
As horas que se passaram foram muito boas - por eu ver pelo vidro da maternidade a borboletinha chorar, sorrir, bocejar, dormir e acordar -. Mas, também, foram horas muito difíceis - por um ‘pequeno imprevisto’ ocorrido com a princesa durante o parto -. Horas e mais horas se passavam e quase nenhuma notícia da princesa, e a borboletinha parecia sentir essa incoerência, talvez por ‘ver’ seus amiguinhos chegarem e saírem da sala da maternidade...
Tudo o que eu queria naquele momento, era somente ter a certeza de que seriamos:
EU, A PRINCESA e a pequena BORBOLETINHA – afinal o sonho sempre fora esse.
Com ela nos braços...
Com a borboletinha no colo, o chão não era físico.
O céu era algodão. Ao redor tudo era... inanimado!
E assim do nada tudo mudou.
O impossível se tornou fácil e em seguida; obsoleto!
O inalcançável era acessível. Assim, virou desdém!
O indecifrável... ah, o indecifrável recebeu nome, resolvi chamá-lo de... AMOR!
Tudo isso só foi possível, porque em meus braços estava um anjo... Um anjo do Senhor.
Seu cheiro era de vida, seus traços... divinos! É, borboletinha, é tão difícil não pecar por tanto ‘te venerar’
Talvez tudo fosse mais fácil se não houvesse minha afirmação sobre você:
“Que não se cansa de me encantar”
Gratidão
Fez-me voar, voar tão alto, alto feito uma nuvem!
Mostrou-me a paz através da sensatez.
Tornou-me homem, fez da criança um provedor!
Em troca, leve minha gratidão...
Pegue pra ti, a imensidão do meu amor!
E de incontáveis formas e maneiras, faça-se uma nova história.
Sim a nossa nova história!
Que hoje começo a escrever...
E em um livro ainda em branco, a primeira palavra, será... Você!
Dia vinte e cinco de junho do ano de dois mil e quatorze
(Dedicado à minha filha Giovanna Horizonte de Sousa)
Por Anderson Horizonte
Instagram: @andersonhorizonte_escritor (Ig autor)
Anderson Horizonte
Enviado por Anderson Horizonte em 10/09/2020
Alterado em 11/11/2022